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Se essa rua, se essa rua fosse nossa



Pronto! Descobri a minha poção mágica para ser feliz nessa segunda-feira de manhã. E é ao som dela, que escrevo a vocês. Hoje acordei meio assim, assim, mas poxa, hoje é segunda-feira, o dia que mais gosto da semana! É quando tudo começa de novo. É sinal de que a vida continua; ela não se perdeu nos possíveis excessos dos finais de semana. Pois bem, saí, para caminhar como tenho feito com frequência na pandemia. Tirando minhas caminhadas matinais, meu único contato com a cidade de Belo Horizonte tem sido para o supermercado, com pouquíssimas exceções. Acho que até algumas amigas têm desistido de mim... rs. Voltemos à caminhada, estava eu já quase completando meu roteiro matinal quando passei em frente a uma banca, e lá estava tocando, em alto e bom som, Skank. Que delícia! Foi o bastante para escancarar a felicidade dentro de mim. E como ela estava gritando dentro de mim, comecei a cantar (a frase “Você nunca olha à sua volta, foi o trecho que eu cantei da música “Acima do Sol”) e, propositalmente, olhei para o senhor que cuidava da banca, ao mesmo tempo que cantava. E sabe o que ele fez? De sério que estava, abriu um largo sorriso e me disse bom dia! Logo em seguida, disse “que linda; é por isso que sou seu fã!” Adorei ganhar um fã momentâneo pelo simples fato de dialogar com a música que tocava e com o senhor que me olhava, vibrando energia positiva dentro de mim. E a felicidade, naquele instantinho me habitou, e fiquei pensando o quanto ela é simples, e o quanto as máscaras nos têm privado dos diálogos e as levezas com a cidade nesses tempos de pandemia. Portanto, se algo te inspirar na rua, uma máscara bonita, uma música legal, um cheiro gostoso, dialogue com ele e reverbere essa pequenina felicidade no mundo. Todos estamos precisando de momentinhos de felicidade em nossa rotina diária, principalmente, nas ruas, que andam tristes e caladas sentindo ausência de uma vida pública. Se pudermos criar espaços internos e externos em que nós nos sentimos convidados, onde estamos todos no mesmo espaço e sintonia, aí existe possibilidade de haver humanidade compartilhada. “Ser urbano tem algo a ver com ser capaz de lidar com encontros com estranhos, com pessoas que não conhecemos”. Isso também exercita a nossa empatia. É isso. Te encontro na rua!



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