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Boas intenções geram novas conexões


Eis que, nessa sexta-feira, fui assistir a minha primeira longa metragem que trabalha a Comunicação Não Violenta de uma forma clara e nomeada. Quanta felicidade ver o lugar que a CNV tem ocupado no mundo atual! Em Belo Horizonte, mesmo, não há uma só semana que não tenha nenhum movimento de CNV acontecendo. Foi uma noite de grata surpresa, pois a intenção era, simplesmente, ver um filme da mostra Varilux de cinema francês no Humberto Mauro, mas o que me deparei foi com uma interessante perspectiva de abordagem da CNV. O filme, Boas intenções, explora, de uma forma bastante intensa, a questão da imigração (trazendo a tônica das diversas culturas); e das relações humanas (trazendo a tônica da diversidade de linguagem dentro de uma mesma cultura). É um filme de voz e vez, que transforma a distância em proximidade; o conflito, em saudade. No enredo do filme, por vezes, se exercita a Comunicação Não Violenta de uma forma ensaiada, por vezes, de uma forma natural. Em todas as cenas, fica explícita a transformação intrapessoal, interpessoal e sistêmica que a CNV provoca. O filme, a meu ver, desnaturaliza as nossas comunicações e valoriza a nossa mais íntima humanidade, nossos afetos e nossas verdades. Entende e provoca que se há conflitos, é porque vale a pena, a relação. Em Boas Intenções, há uma cena belíssima de vulnerabilidade e diversas, de empatia. Os cenários são de multiplicidade, a partir de uma mesma essência humana, a de compaixão e desejo de conexão. O filme mostra dores, escolhas e, principalmente, um desejo de contribuir com a mudança do mundo. Por meio de pequenas mudanças, também a CNV tem criado um campo fértil de novos olhares para o mundo. Acredito que esse seja o impulso de todos nós, que trabalhamos com a CNV. Que possamos criar mais conexões e conseguir fazer da multiplicidade cultural, um balaio de novas possibilidades de afeto! Que boas intenções se transformem, sempre, em ótimas e respeitosas ações!

Corinne Julie, junho de 2019

Facilitadora de Comunicação de Não-Violenta, consultora em diálogos sociais, mediadora de conflitos e advogada. Carrego um sorriso frequente, sou leitora de ruas, dançarina de forró, e cantora de chuveiro. Secretária de projetos da Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Amante de chocolates, filmes, viagens, fotografia e um bom e velho violão. Mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local pelo Centro Universitário UNA. Pesquisadora na área social e autora do livro "Formação de Dirigentes Comunitários". Organizadora de Feiras de Trocas de Brinquedos pelo Brasil e idealizadora do Cineclube Maruge.

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