O que o Gaia Education BH me ensinou sobre empatia
No dia 08 de agosto deste ano eu embarcava em uma jornada que, não sabia ao certo, mas mudaria a minha vida profundamente. Era o início do curso Gaia Education - Design para a Sustentabilidade em Belo Horizonte. Eu diria que este é mais que um curso, mas um percurso de autoconhecimento, conexão com o outro e com o mundo.
Gaia Education é um programa presente em 48 países, desenvolvido a partir de experiências de ecovilas ao redor do mundo. Constitui-se como uma "educação para a vida comunitária", propondo novos paradigmas que possibilitam transformações pessoais e coletivas, que buscam práticas não somente sustentáveis, mas regenerativas.
Aprendi com o Gaia sobre a cultura da confiança e da parceria; sobre como nosso padrão de consumo inconsciente pode ser prejudicial para nós mesmos e para o mundo; sobre o mundo como um sistema vivo e coexistente; sobre o respeito e cuidado com a terra; sobre entrar em contato com as emoções; sobre o corpo presente e o corpo vivido; sobre danças e tradições; sobre ancestralidade; sobre raízes; aprendi sobre quem sou, quem somos e como precisamos uns dos outros e de nossa Mãe Gaia.
A grande Mãe Gaia é generosa. A terra, a água, o fogo e o ar estão para todos os seres. Os rios correm para todos, a chuva não escolhe quem molhar; a terra fértil dá frutos para quem plantar; o ar percorre todos os cantos sem escolher entre ricos e pobres; o fogo queima todas as peles, seja negra ou branca, e aquece todas as comidas.
Porém, nós, humanos, aprendemos a fazer distinções que ainda não entendo. Os recursos são entregues a quem pode pagar. Quem não pode, não tem, mesmo que tudo exista em abundância. As distinções são absurdas. Mesmo que não digam, negros e pobres não são bem vindos em todos os lugares, homossexuais ainda são ridicularizados, mulheres trabalham mais e ganham menos.
Alguns conseguem espaço na sociedade, outros estão na cadeia ou nas ruas. Nos ensinaram pelos jornais que a cadeia é um lugar de fazer justiça, eu aprendi que cadeia é um lugar de fazer limpeza social.
Gaia, tão generosa, é moradia de todos e tudo. Mas construímos a ilusão de que somos mais importantes que os outros filhos da terra e a ilusão de que somos maiores. Mas a terra é maior e mais forte. Somos pequenos.
Basta olhar para as montanhas, para o mar, para o céu. Verá que é pequeno. Basta olhar para seus pais e seus avós. Se olhar para uma mãe e seu bebê no colo, entenderá o que somos frente ao nosso planeta. Co-existimos: o filho precisa da mãe, como a mãe precisa do filho. Mas a mãe é maior, é preciso honrá-la.
É preciso honrar as mães e as mulheres deste mundo. Elas carregam em si o nosso futuro. Cuidam, preparam para o mundo, ensinam a amar. É preciso honrar as nossas mães e nossas avós, assim como nossos pais e nossos avôs, pois sem eles não estaríamos aqui. Sem nenhum dos nossos antepassados e nossos ancestrais.
No Gaia Education aprendi sobre empatia. Aprendi com a vivência de aceitação do outro como ele é, com a experiência de acreditar no potencial do outro e no seu caminho como o melhor que pode fazer. Tudo isto foi facilitado por uma condução viva e transparente dos facilitadores do programa, tornando o grupo co-responsável pelo processo.
Em mim vive a gratidão, vive o Gaia!
Para quem quer conhecer mais sobre o Gaia Education venha participar do Festival Beagaia, que acontece no dia 8 de dezembro, em Belo Horizonte!
Irei facilitar neste Festival a Oficina de CNV, que é o fechamento da turma que acompanhei neste semestre, no Odara. Está aberto à todos!
O valor do passaporte para o festival está entre R$20 e R$40 reais! Venha participar, além da CNV, há um programação riquíssima o dia inteiro!
Venda antecipada pelo Sympla.
Camila Marques é psicóloga, especialista em Arteterapia e co-criadora da Escola de Empatia. Há 7 anos realiza treinamentos sobre habilidades de empatia e comunicação. Estuda, vivencia e compartilha a Comunicação Não-Violenta (CNV).