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A prática do check-in na sala de aula



Bom dia criança, como vai?


Cantando esta frase começo meu dia na sala de aula. Estou trabalhando com crianças de 6/7 anos e esta é uma maneira lúdica de fazer o nosso check-in. Ando pela sala e canto a frase com o nome de cada um que completa me respondendo se está legal, feliz, triste, com raiva....


É uma prática muito simples, que não dura nem 5 minutos, mas extremamente potente e profunda! Minha proposta aqui hoje é compartilhar alguns relatos e reflexões sobre a prática de check-in com as crianças em sala de aula ou em outros ambientes como casa, projetos e etc.


A prática de perguntar como estamos é comum e em geral nos cumprimentamos perguntando se está tudo bem. Porém nesta prática corriqueira nem sempre a resposta “não estou bem” é aceita e quem pergunta pode perguntar por educação, sem disponibilidade para escutar a resposta.


Quando falamos de crianças, a situação fica mais complexa. É mais raro perguntarmos para elas como estão e escutar a resposta sincera. Já presenciei inclusive situações em que as pessoas cumprimentam os adultos e ignoram as crianças...


Assim quando uma criança chega na sala e tem a oportunidade de ser vista e escutada, um processo de conexão e pertencimento se inicia, afinal sou chamado pelo nome e tenho o meu momento de expressão garantido.


Um dia desses um dos alunos novatos não soube dizer como estava.... Antes que eu falasse qualquer coisa outro colega se virou para ele e disse: “Calma, é só sentir seu coração e dizer”. Assim o outro parou um instante e conseguiu se expressar.


Observei esta cena e percebi o quão profundo é este momento de conexão. Nunca falei com eles sobre escutar o coração, se perceber e coisas assim, mas tendo a prática diária eles mesmos vão se percebendo e compreendo o processo. Ao vivenciar, conseguem ir além da compreensão e compartilhar com os outros.


Outro fato interessante aconteceu com uma criança que não gosta de acordar cedo e todo dia dizia que estava triste ou brava. Uma outra colega percebeu e resolveu ajudar. Um dia sentou-se ao lado dela e antes de começar a rodada a ouvi dizer: “ei, vamos


brincar hoje e fazer coisas legais? Será que assim você fica feliz?” Quando passei fazendo o check-in ela disse que estava feliz e deu um sorriso. Ela foi amparada pelo outra colega por mais alguns dias e hoje em dia aparenta estar mais confortável na turma.


É interessante observar que nos dias em que esqueço de fazer o nosso check-in uma criança levanta a mão e logo diz que não dei bom dia ainda... na verdade já dei bom dia, mas não da nossa maneira especial. Interpreto esta “cobrança” como um sinal de que este momento é especial para eles também.


Com estes exemplos simples e cheio de afeto, quero mostrar o quanto uma prática rápida pode ser potente e realmente contribuir para a alfabetização emocional e criação de conexão em sala de aula. Deixo aqui o convite para escutar como as crianças estão de verdade e também abrir o seu coração para elas!


Ah se quiser complete para mim: Bom dia querido(a) leitor(a), como vai?


Por: Cristiane Frade, pedagoga e facilitadora na Escola de Empatia



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